Gostava de compartilhar com quem quiser a seguinte mensagem que recebi:
 
De: Acacio da Paz <acaciopaz@yahoo.com.br>
 
Queridos amigos peregrinos.
 
Uma Peregrinaçáo pelos caminhos !!! …
 
Sempre se vai a !!! … mais nunca se chega a !!! …
Para nós, a peregrinação a Santiago é uma forma de nomadismo, de expressar que a sociedade, a vida como um todo é transitória, de buscar valores do Passado onde fincar raízes e que revelem um novo sentido para o viver humano. É interessante que dos ditames mecanicistas da sociedade ocidental se possa engendrar o seu oposto: o nômade busca suas raízes, descartando uma forma de vida despersonalizada e de aparências, desapegando-se do status rotineiro por perceber que tudo é transitório e impermanente. É nesse instante que reside a possibilidade do encontro consigo mesmo e com o outro, irmanados na mesma esperança e na certeza de que há um fio condutor no processo de perceber, se tornar e expandir a Luz.
Ao perceber o essencial e viver de acordo com a simplicidade, o peregrino abre mão do consumismo compulsivo, limitando sim as possibilidades de consumir. Mas, ao contrário do rito urbano, a vida no Caminho, mais distante do comodismo e dos habituais condicionamentos rotineiros, propicia a abertura para viver o desconhecido e maravilhar-se a cada surpresa. O contato com as gentes dos “pueblos” ensina que a tecnologia pode conviver com a natureza e que a felicidade reside na beleza das coisas simples da vida. Assumir esse tipo de vida, por mais difícil que seja num entorno urbano, pode ser uma opção consciente que o peregrino fará quando retornar para seu lugar de origem, contrariando a forma de viver automática da civilização global. O desapego do supérfluo e da super- estimulação não significa desvalorizar a vida. Ao contrário, os “valores do Passado” não passaram, mas a sociedade capitalista pouco a pouco vai colocando neles a etiqueta “antiquados”. Na verdade, esses valores são perenes porque fundamentam a condição para a sobrevivência da humanidade no Passado e no Presente.
A peregrinação em si pode ter uma função catártica, como um rito ecológico, mas muitos peregrinos têm como característica comum exatamente a de ser peregrino, ou seja, não estão afiliados formalmente, a nenhum grupo particular – e se estão, ali não são representantes do grupo. O alívio da tensão da vida moderna pode ser conquistada, caminhando-se longas distâncias, mas a riqueza das aprendizagens no Caminho surpreende ao peregrino que se lança no desconhecido sem saber, muitas vezes, qual é o motivo ou o impulso que lhe leva adiante, muito menos o que irá passar ou o que encontrará ao ultrapassar a linha do horizonte dando a Santiago como no Caminho do Sol ; da Fé ; das Missóes , em qualquer caminho.
 
A CHEGADA:
De fato, a chegada à Catedral de Santiago é um misto de alegria, tristeza e angústia. Alegria basicamente pela meta alcançada – sobreviver ao esforço e chegar. Tristeza ao se despedir dos companheiros de caminhada e da vida itinerante. Angústia diante da dúvida: terei que me adaptar ao sistema da mesma forma que antes?
Serei capaz de reelaborar as novas experiências e dar-lhes uma significação na vida diária?
Serei capaz de enterrar o passado e renascer verdadeiramente para uma vida nova? 
 
A celebração, além da rodada de vinho com os companheiros e outros atos profanos, também envolve rituais sagrados. Através da passagem pela Porta Santa (perdão dos pecados), da missa do peregrino (ressurreição), dos croques na cabeça do Maestro Mateu no Pórtico da Glória (sabedoria), da visita ao sepulcro (mistério da morte), do abraço ao Apóstolo (identificação com o divino, através do coração compassivo), e do “Bota fumeiro” (Ação de Graças e Louvor), a angústia pode ser descarregada e a peregrinação, efetivada. Para alguns, a caminhada até o Fim do Mundo, à Costa da Morte, onde se queimam as roupas da peregrinação e se vestem roupas brancas, pode significar (o fim de uma vida e a entrada na vida nova).
A CHEGADA em outros caminhos pode-se dizer a mesma coisa do que em Santiago. As experiências sáo as mesmas de maneira diferentes. As conquistas e etapas percorridas marcam a renovaçáo e o reconhecimento de quem realmente somos e o que estamos fazendo aquí. Chegar náo é mais importante depois de peregrinar. O que vale é peregrinar, caminhar, andar, estar consigo mesmo reconhecendo-se a cada dia ,cada vez melhor para que o amanhá possa ser melhor que o hoje em busca de uma Paz e uniáo de todos.
Acacio da Paz ( peregrino del camino )
 
Refúgio Acacio & Orietta – Vilória de Rioja
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